Força Estranha

Dons:

São milhares de dons. O dom está ligado com aquilo que a gente fazia quando era criança. Quando você está perdido abra a janelinha e sinta o que você brincava quando criança que você vai encontrar o teu dom. Brincar de médico não vale porque medicina não é dom.

Temos em torno de cinco dons mais o dom do amor, fé e justiça que também são dons. Todos temos estes três dons. Os dons normalmente estão interligados, são atividades próximas umas das outras. O dom é a gente que escolhe. Quando você vai nascer, está pronto, fizeram a seleção, você tem uma conversa com o pai.

Tem dois momentos da tua existência que você conversa com o pai diretamente. Quando você vai para luz. Naquele momento como o ser do filme “ghost”, aquela luzinha, o ser leva você para luz. Mas o que é levar para luz? Ele leva você até o pai antes de você ir para a sub-dimensão. Ali o pai vai conversar com você e vai dizer tudo o que fez e deixou de fazer, não é cobrança. Nesse momento ele vai dizer: dos 100% que você tinha que fazer, você fez 2%. Ele preenche 90% e deixa 10% para você cumprir na tua sub-dimensão daquilo que você deixar de exercer de amor, fé e justiça.

Quando você vai vir novamente para encarnar, você novamente tem uma conversa com o pai e ele te mostra uma “lista” de dons do que você pode fazer lá embaixo para ajudar no teu trabalho. Você escolhe o que você quer fazer. É uma opcional. Os dons não têm nada a ver com o quanto vou levar de vantagem econômica ou se vou ficar conhecido, mas tem a ver com as necessidades da dimensão. Não tem nada a ver se é legal ou bacana ser isso ou ser aquilo. Então o dom você escolhe pela necessidade da dimensão.

Fonte: Reunião com Atair - 17 de maio de 2010

Como a vida é perfeita em seus detalhes. Ao exercer o dom, a inteligência instintiva, estamos em contato direto com o Pai, pois é Ele quem em ensina. É ele a “força estranha”. Assim, exercer os dons deveria ser nossos momentos de oração, de reza diária, de meditação, de inspiração. Exercer nossos dons: é só o que o Pai nos pede.

Eu vi um menino correndo
eu vi o tempo brincando ao redor
do caminho daquele menino,
eu pus os meus pés no riacho.
E acho que nunca os tirei.
O sol ainda brilha na estrada que eu nunca passei.

Eu vi a mulher preparando outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar para aquela barriga.
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou.
O sol que atravessa essa estrada que nunca passou.
Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha.

Eu vi muitos cabelos brancos na fonte do artista
o tempo não pára no entanto ele nunca envelhece.
Aquele que conhece o jogo, o jogo das coisas que são.
É o sol, é o tempo, é a estrada, é o pé e é o chão.
Eu vi muitos homens brigando. Ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta,
e a coisa mais certa de todas as coisas.
Não vale um caminho sob o sol.
E o sol sobre a estrada, é o sol sobre a estrada, é o sol.
Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha. 

( "Força Estranha", Caetano Veloso)