quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ver o outro e enxergar a si mesmo

Quando crianças desejamos ser iguais para sermos aceitos, pois não queremos ser excluídos, nem rejeitados. Depois o objetivo não é simplesmente ser aceito; buscamos ter poder e isso significa ter e ser mais que o outro, significa ser diferente. Assim, julgamos a todos como se não fossemos iguais. E a cor, gênero, preferência sexual, status social, religião, partido político..., características que nos diferenciam passam a ter mais importância do que nossa essência. Admitir que o outro é igual passa a ser sofrível, como se isso nos diminuísse. Fazemos, então, diferença em tudo, absolutamente tudo!

Notícias de pais que matam filhos ou filhos que matam os pais; chocam, é verdade. Mas por que chocam mais do que assassinatos ou violências que envolvem desconhecidos? Entendo que a família seja considerada “sagrada”.  Mas se somos filhos de um mesmo Pai, o que deveria ser família? Talvez a resposta para todas estas questões seja porque também fazemos diferença em relação ao amor. Elegemos algumas pessoas para “amar”: nossos familiares, amigos,... Mas “amar ao próximo” não se refere aos eleitos, mas a qualquer um. Notícias como as citadas não deveriam chocar mais do que qualquer outra sobre violência entre seres humanos; quem mata não é um pai, uma filha, ou um assaltante. Não somos categorias e o que se perde nesses casos é a mesma coisa: a vida.

2 comentários:

  1. Como precisamos ver a todos como nossa família, independente da semente que nos originou. Quanto a aprender sobre o amor.

    ResponderExcluir
  2. Realmente, ainda há muito o que aprender...

    ResponderExcluir